domingo, janeiro 31, 2010

"Stop 4 A Minute" - David Fonseca

Arrojado e brutal, assim descrevo em duas palavras a música e o videoclip do segundo single retirado do álbum "Between Waves" de David Fonseca. Numa imagem a preto e branco muito bem conseguida David mostra toda a sua irreverência, audácia e agressividade.
Embora acredite que este tema não chegará a tanta gente como alguns de outros seus temas mais comerciais, eu, como fã de David desde o seu inicio, gostei desta evolução para um novo Rock. Longe ficam as versões mais acústicas de outros singles e principalmente das suas origens nos Silence 4.

Aqui fica o videoclip e a letra da música:





Turn it up
Burn it up
Falling down strait line
I see your sin growing in
Heading to the decline
Now we're from
How come I got stuck in a hole
I won't quit
Won't close
Just got out of control

Now I need to stop 4
Now I need to stop 4 a minute
I think that I've been lost here before
I think I need to stop 4 a minute
I see footprints coming out from the floor

I had you close
Had you most than ever before
I hate dirt 'til it hurt
Show you good love me more
I don't lie
I disguise all of my inner fears
And now I'm stuck in a shred
Like a common disease

Now I need to stop 4
Now I need to stop 4 a minute
I think that I've been lost here before
Think I need to stop 4 a minute
I see footprints coming out from the floor
I think I need to stop 4 a minute (x2)
I think I need to stop 4(x2)

Turn it up
Burn it up
Falling down strait line
I see your sin growing in
Heading to a decline
Now we're from
How come I got stuck in a hole
I won't quit
Won't close
Just got out of control

Now I need to stop 4
Now I need to stop 4 a minute
I think that I've been lost here before
I think I need to stop 4 a minute
I see footprints coming out from the floor
I think I need to stop 4 a minute (x2)
I think I need to stop 4
I think I need to stop 4 a minute (x4)


"Stop 4 A Minute" em "Between Waves" de David Fonseca

sexta-feira, janeiro 29, 2010

O essencial é invisivel aos olhos



XXI
E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia! -disse a raposa.
- Bom dia! - respondeu delicadamente o principezinho que se voltou mas não viu ninguém.
- Estou aqui - disse a voz -debaixo da macieira...
- Quem és tu? - perguntou o principezinho. - És bem bonita...
- Sou uma raposa - disse a raposa.
- Anda brincar comigo - pediu-lhe o principezinho - Estou tão triste...
- Não posso brincar contigo - disse a raposa. - Não estou presa…
- Ah! Então, desculpa! - disse o principezinho.
Mas pôs-se a pensar, a pensar, e acabou por perguntar:
- O que é que “estar preso” quer dizer?
- Vê-se logo que não és de cá - disse a raposa. - De que é que tu andas à procura?
- Ando à procura dos homens - disse o principezinho. - O que é que “estar preso” quer dizer?
- Os homens têm espingardas e passam o tempo a caçar - disse a raposa. - É uma grande maçada! E também fazem criação de galinhas! Aliás, na minha opinião, é a única coisa interessante que eles têm. Andas à procura de galinhas?
- Não - disse o principezinho. - Ando à procura de amigos. O que é que “estar preso” quer dizer?
- É uma coisa que toda a gente se esqueceu - disse a raposa. - Quer dizer que se está ligado a alguém, que se criaram laços com alguém.
- Laços?
- Sim, laços - disse a raposa. - Ora vê: por enquanto, para mim, tu não és senão um rapazinho perfeitamente igual a outros cem mil outros rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Por enquanto, para ti, eu não sou senão uma raposa igual a outras cem mil raposas. Mas, se tu me prenderes a ti, passamos a precisar um do outro. Passas a ser único no mundo para mim. E, para ti, eu também passo a ser única no mundo…
- Parece que começo a perceber - disse o principezinho - Sabes, há uma certa flor… tenho a impressão que estou preso a ela…
(…)

Mas a raposa voltou a insistir na sua ideia:
- Tenho uma vida terrivelmente monótona. Eu, caço galinhas e os homens, caçam-me a mim. As galinhas são todas iguais umas às outras e os homens são todos iguais uns aos outros. Por isso, às vezes, aborreço-me um bocado. Mas, se tu me prenderes a ti, a minha vida fica cheia de Sol. Fico a conhecer uns passos diferentes de todos os outros passos. Os outros passos fazem-me fugir para debaixo da terra. Os teus hão-de chamar-me para fora da toca, como uma música. E depois, olha! Estar a ver, ali adiante, aqueles campos de trigo? Eu não como pão e, por isso, o trigo não me serve para nada. Os campos de trigo não me fazem lembrar nada. E é uma triste coisa! Mas os teus cabelos são da cor do ouro. Então, quando eu estiver presa a ti vai ser maravilhoso! Como o trigo é dourado, há-de fazer-me lembrar de ti. E hei-de gostar do barulho do vento a bater no trigo…
A raposa calou-se e ficou a olhar durante muito tempo para o principezinho.
- Por favor... Prende-me a ti! – acabou finalmente por dizer.
(…)

- E o que é que é preciso fazer? - perguntou o principezinho.
- É preciso ter muita paciência. Primeiro, sentas-te um bocadinho afastado de mim, assim, em cima da relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu não dizes nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas todos os dias te podes sentar um bocadinho mais perto…
O principezinho voltou no dia seguinte.
- Era melhor teres vindo à mesma hora – disse a raposa. Se vieres, por exemplo, às quatro, às três, já eu começo a ser feliz. E quanto mais perto for da hora, mas feliz me sentirei. Às quatro em ponto já hei-de estar toda agitada e inquieta: é o preço da felicidade! Mas se chegares a uma hora qualquer, eu nunca saberei a que horas é que hei-de começar a arranjar o meu coração, a vesti-lo, a pô-lo bonito… São precisos rituais.
- O que e um ritual? - perguntou o principezinho.
- Também é uma coisa de que toda a gente se esqueceu – respondeu a raposa. – É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias, diferente das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, têm um ritual, À quinta-feira, vão ao baile com as raparigas da aldeia. Assim, a quinta-feira é um dia maravilhoso. Eu posso ir passear para as vinhas. Se os caçadores fossem ao baile num dia qualquer, os dias eram todos iguais uns aos outros e eu nunca tinha férias.
Foi assim que o principezinho prendeu a si a raposa. E quando chegou a hora da despedida:
(…)

- Adeus…
- Adeus - disse a raposa. - Vou-te contar o tal segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos…
- O essencial é invisível para os olhos - repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer.
- Foi o tempo que tu perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa… - repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer.
- Os homens já se esqueceram desta verdade - disse a raposa. - Mas tu não te deves esquecer dela. Ficas responsável para todo o sempre por aquilo que está preso a ti. Tu és responsável pela tua rosa…

Antoine de Saint-Exupéry In O Principezinho

quarta-feira, janeiro 20, 2010

Same Mistake

Toda a gente se transforma com o passar dos anos mas por vezes à algo que não conseguimos mudar cá dentro, e então, certos erros ou feitios são propagados para a eternidade. Dessa forma, e embora consiga viver com os meus defeitos ou feitios, vejo-me vezes sem conta em momentos que não consigo mudar nem esquecer e no fim acabo sempre por ficar a pensar :

"Cause I'll just make the same mistake again".

Assim, de todas as músicas de James Blunt "Same Mistake" é provavelmente aquela que mais gosto porque atira-me para a realidade e faz-me lembrar quem sou. Uma pessoa normal. ;)
Para os mais interessados aqui deixo a letra e o videoclip da música :

Saw the world turning in my sheets
and once again I cannot sleep.
Walk out the door and up the street;
look at the stars beneath my feet.
Remember rights that I did wrong,
so here I go.

Hello, hello.
There is no place I cannot go.
My mind is muddy but
my heart is heavy. Does it show?
I lose the track that loses me,
so here I go.

Uh, uh, uh, uh, uh, uh

And so I sent some men to fight,
and one came back at dead of night.
Said he'd seen my enemy.
Said he looked just like me,
So I set out to cut myself
and here I go.

Uh, uh, uh, uh, uh, uh

I'm not calling for a second chance,
I'm screaming at the top of my voice.
Give me reason but don't give me choice.
'Cause I'll just make the same mistake again.

Uh, uh, uh, uh, uh, uh

And maybe someday we will meet,
and maybe talk and not just speak.
Don't buy promises 'cause,
there are no promises I keep.
And my reflection troubles me,
so here I go.

Uh, uh, uh, uh, uh, uh

I'm not calling for a second chance,
I'm screaming at the top of my voice.
Give me reason but don't give me choice.
'Cause I'll just make the same mistake.

I'm not calling for a second chance,
I'm screaming at the top of my voice.
Give me reason but don't give me choice.
'Cause I'll just make the same mistake again.

Uh, uh, uh, uh, uh, uh

Uh, uh, uh, uh, uh, uh
So while I'm turning in my sheets
Uh, uh, uh, uh, uh, uh
and once again I cannot sleep.
Uh, uh, uh, uh, uh, uh
Walk out the door and up the street;
Uh, uh, uh, uh, uh, uh
look at the stars falling down
Uh, uh, uh, uh, uh, uh
And I wonder where
Uh, uh, uh, uh, uh, uh
Did I go wrong.





"Same Mistake" retirado de "All the Lost Soulds" de "James Blunt"



segunda-feira, janeiro 04, 2010

Poema de William Shakespeare


De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.


"William Shakespeare"