terça-feira, maio 04, 2010

Ilusão


Não posso esquecer que sem fim me dou e é de todo verosímil a loucura do meu ser mas que posso eu fazer se na mentira faço os sonhos que me fazem sorrir. Sou quem dizeis quem sou mas na vontade do ser sou apenas mais um vagabundo sem hora e lugar marcado. Acabo sempre nestes recantos e nas sombras de uma vida que nos marca sem cessar. Fico-me pelos pensamentos e às memórias me deixo aquando te afastas de mim. Acabo derrotado, talvez envergonhado, mas na arrogância pura e máscula liberto-me para morrer. E, é assim que por vezes me perco na tua ausência porque é sabido que do tempo apenas a saudade se lembra e nada pode sossegar a alma no exacto momento em que a ausência nos percorre o corpo em dor. A verdade é que a saudade pesa-me demais e as memórias queridas compiladas em nossa mente vão-se encurtando por entre o abrir e fechar de olhos. Adormeço vezes demais a pensar em ti mas outras tantas vezes acordo derrotado pela distância. Resta-me calar ou lutar porque já não consigo esconder a vontade de te ver ora porque a ansiedade se apodera de mim a toda a força ora porque o pânico me conquista no passar das ideias moribundas. Seja como for, só queria que o mundo soubesse que por vezes trago em mim o sabor da ilusão e que no toque dos lábios amar é fácil mas é na essência do silêncio que os olhos se tornam duros e uma outra realidade se descobre.

1 comentário:

EmCoberta disse...

Fabulosa... "ilusão"!
Que será da alma de um ser sem ulisão... sente, vive, acredita... o palpitar pode rimar com a melodia que paira no outro lugar aqui tão perto...