quinta-feira, dezembro 28, 2006

Miguel Sousa Tavares

Miguel Sousa Tavares

"O que mais me custa, neste sórdido episódio da Dona Carolina Salgado, é vê-la sentada a uma mesa a autografar livros como se tivesse escrito um livro. Não escreveu: para começar, aquilo não é um livro, é um pedaço de papel higiénico que, depois de usado, seguiu para uma tipografia e encontrou uma editora disposta a chafurdar na lixeira. Depois, e como é óbvio, a senhora não escreveu coisa nenhuma, nem tem competência para tal: quem lhe encomendou a sale besogne, escreveu-lhe o livro e, no fim, recolheu-lhe a assinatura e deu-lhe aquele grandiloquente e ridículo título de Eu, Carolina, tipo Eu, Cláudio, obra de referência daquela escritora americana de literatura de aeroporto. O livro da Dona Carolina não é sequer literatura de aeroporto: é um dejecto de ressabiamentos e vinganças pessoais que eloquentemente ilustra não as origens ou a educação, mas o carácter da senhora. Porque, se é certo que a educação demora gerações a refinar, o carácter não tem que ver com isso. Ela não tem culpa de vir de onde veio, tem culpa, sim, de ser como é.

Agora, a Dona Carolina vive bem mais do que os seus cinco minutos de fama. Tem as televisões e os jornais aos pés, tem leitores a pedir-lhe autógrafos e tem até (ó, suprema ironia, quem os ouvia a falar dela...!) benfiquistas prontos a acolhê-la e a transformá-la em Maria Madalena ou (deixem-me rir!) Carolina d'Arc. Mas, quando a poeira assentar, a pobre Carolina, como tantos e tantas outras antes dela, vai perceber que falou tanto que se enterrou até ao pescoço e que a validade do veneno que lhe deram para usar não era eterna. Em breve se tornará cansativa, inútil e desagradável à vista. E, então, regressará de onde veio, só que sem câmaras nem holofotes à sua frente e sozinha para enfrentar todos os processos judiciais e chatices de que agora, no seu patético arrebatamento, não deu conta. Exit Carolina."

quinta-feira, novembro 02, 2006

Sei que sou feliz...

Quem sois vós, que vindes até mim com doces vozes mas que para lá do véu escondeis uma rouquidão bruta e amarga. Quem tentais enganar, a mim ou o mundo? Eu tenho os olhos abertos e consigo ver para lá da escuridão. Não preciso de luz para ouvir os vossos corações bater. Batem com a gana de quem querem viver tudo de uma só vez, vivem com a gana do dinheiro, ou melhor, do poder total.
Pensais que sou miserável, talvez aos vossos olhos até seja, pois não tenho dinheiro a jurrar dos bolsos, mas no entanto, vivo e sei viver, não me canso do que tenho e não me iludo pelo que não tenho. Sou o que sou e sou feliz assim. Vivo para amar e acabo sempre amado, pois sou assim, húmilde para aceitar o que me dão e perfecionista para tentar dar sempre o melhor.
Sei que sou feliz e isso basta-me para rejeitar seguir os vossos passos...

sexta-feira, setembro 22, 2006

A minha construção como Homem

Diz-me o que sou. Eu a partir de ti, da tua construção faço de mim homem, cresço e evoluo para algo mais do que agora sou. Dizem que é ganhar maturidade mas eu já tenho a idade do juízo próprio. Não me fitam nem eu deixo que me fitem, deixo-te a ti e ao teu olhar, ao olhar que me olha sempre com um brilho especial. Diz-me a razão do brilho e eu crescerei para a imensidão...

sexta-feira, setembro 15, 2006

Mito Urbano em Sintra

Um acidente estranho na Serra de Sintra. A polícia tratou deste caso!
Isto é um filme que conta a história de uma viagem de 3 jornalistas que iam cobrir uma reportagem a Sintra. Um deles leva uma máquina de filmar.A meio da viagem (aos 4 minutos - o filme tem 7 minutos) perdem-se e fica tudo filmado, tudo...

Click aqui: Filme

Perdi-te

" Na obscuridade do tempo presente é preciso saber estar para saber viver. Vivemos viciados numa sociedade que nos consome os sentimentos. É hora de acordar e começar a vive-los.
Não posso limitar-me à falta de liberdade que me tentam incutir. Posso não sorrir mas consigo amar. Ainda te amo como se ainda vivesses comigo.
Os dias não fazem sentido se seguir a ordem directa das coisas, se fingir que o mundo me agrada quando só penso em ti. Para quê ignorar o facto de sentir-me só se estou só. Estou só…
O bater do coração torna-se doloroso assim que o suspiro se prende em mim e tu apareces na minha mente. Torna-se grotesco a imensidão da solidão no opaco mundo de ideias trocadas. Saio à rua em plena noite de lua cheia, chamei os deuses à terra, os anjos de bata branca e longas asas, não existem mas eu os crio em perfeição. Torno a noite bela, mas a noite não passa de uma criação pura e fértil.
Perdi-te na escuridão de uma noite, vendi a minha alma ao desconhecido, escondi o meu corpo da multidão e numa só noite tornei-me ninguém neste mundo passageiro. "

terça-feira, setembro 12, 2006

11 DE SETEMBRO: CONSPIRAÇÃO INTERNA – “LOOSE CHANGE”


11 DE SETEMBRO: CONSPIRAÇÃO INTERNA – “LOOSE CHANGE”

Um documentário controverso, uma denúncia séria sobre o 11 de Setembro.
Loose Change é um documentário sobre o 11 de Setembro.
Escrito e realizado por Dylan Avery apresenta possíveis explicações sobre o que realmente aconteceu a 11 de Setembro de 2001.
A possibilidade de os ataques de 11 de Setembro de 2001 poderem não ter sido orquestrados por Bin Laden ou membros da Al Qaeda, é uma perspectiva verdadeiramente apocalíptica, aterrorizante e, para aqueles que acreditam numa tal democracia, devastadora.
Nos Estados Unidos já muitos sugeriram que talvez o debate sobre o 9/11 não passe de um infindável chorrilho de suposições sem prova. Mas a questão aparenta também ser a existência de provas tangíveis ocultadas numa sala escura donde nunca verterá uma verdade para a esfera pública.
Em "Loose Change" são-nos apresentadas uma mão-cheia de factos com valor de prova, muitas vezes protagonizados por fontes informativas desde CNN, BBC e Fox News, aos directamente afectados pelo colapso das Twin Towers.
Qualquer justificação que nos seja apresentada - mais ou menos plausível - para que os ataques tenham tido lugar, nunca nos é afirmada como sendo a Verdade. Neste documentário apenas se arquitecta uma tentativa de mostrar uma provável verdade, tenebrosa e potencialmente destruidora se descoberta a sua total concretização.

Retirado de "http://195.245.179.232/EPG/tv/epg-janela.php?p_id=3347"

Carta para a Morte

Solta-me destas correntes, velhas e enferrujadas, presas aos meus membros esgotados de força. Solta-me desta cela, húmida e vazia, que me tira o calor da luz púra do sol. Quero fugir desta tremenda solidão que me devasta dia após dia sem nunca cessar, sem nunca abrandar. Destrói-me, mata-me, isola-me. Levanta-me deste chão duro e gélido ao qual o meu corpo já se acostumou. Segura minha mão que ergo aos céus na desesperada busca da salvação, podias ser tu a minha salvação, podias ser tu que davas de novo a dádiva da vida, do amor. Tira-me daqui, deste pernicioso local, deste horrível terror que me violenta os olhos uma vez mais. Uma vez mais…
As sombras, negras e pesadas, são a minha terna companhia, mas não falam nem me tocam. Deixem-me aqui, neste canto, só. Deixem-me aqui de joelhos dobrados e cabeça baixa ouvindo somente o barulho do vento lá fora, esvoaçando e abanando, sem nunca parar, sem nunca desistir, como tu fizeste.
Perdi a força nas pernas, tremem assim que me ergo e luto, sim luto para continuar em pé, mas a força que a terra exerce sobre mim é mais forte que a vontade, que o desejo, que o amor, que a vida. Tantas vezes caí neste chão que o meu corpo já se habituou à dor da queda, do embate, do choque.
Eleva-me para os céus, pois a terra já é demasiado horrível para mim, já esgotei a vontade de ama-la, de venerá-la. Só os céus me podem salvar. Sem salvação, então enterra-me, mistura-me com o negro pesado da terra preta orgânica mas fecha-me os olhos para eu não conseguir ver a minha morte, tapa-me a boca para eu não conseguir gritar da dor, do sofrimento, rompe os meus tímpanos para eu não conseguir ouvir o barulho da terra cair sobre mim. Mata-me de vez, mata-me ou salva-me, pois eu já não aguento mais este tormento de ver esgotar os segundos do tempo eterno.

Nós e o Mundo

Só seremos apreciados
Quando o mundo se virar para nós
E nos julgar pelos nossos pensamentos...